terça-feira, 18 de novembro de 2008

Dor de Parto

Por que as flores insistem em nascer entre as rochas?
Duras, frias, ásperas, nada acolhedoras
Por que a erva daninha insiste em nascer em campos bem cuidados?
Espalhando preocupações, medos, sufocando a beleza
Por que lobos sempre alcançam ninhadas indefesas...?
Por que indefesos amansam feras indomáveis?
Por que as calunias vão de encontro a quem não as merece?
Por que palavras doces são derramadas em vão a quem não as ouve?
Por que?
Será que os sentimentos são todos um grande engano?
Será que sempre surgirão dores onde só deveria haver harmonia?
Será que apesar de não se derramar sangue...
O amor tem sempre que enfrentar guerras frias?
Os sentimentos são mesmo fantásticos?
Será que são tão bons assim?
Ou será que como toda moeda, o amor tem dois lados!
E o que vale mais, é sempre o ruim?
Não sei por que ainda paro para pensar
Se sempre chego a conclusão que tudo o que fiz foi em vão...
Nada mesmo valeu a pena?
Nada importa desde que o egoísmo e a maldade prevaleçam?
Acho que sim, pois ontem
Eu tive a dor de parto...
Um parto do coração...
Um parto sem fruto...
Do parto só restou a dor.
Perdi algo tão importante...
Me foi arrancado um filho
Que não vi
Não ouvi
Não acariciei...
Só restou a dor do parto
Um parto de natimorto
Uma saudade latente
Uma mágoa assassina
Só ficou a dor
Dor de parto
De partir
E nunca mais voltar...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Barulhinho Bom

Que gostosa essa sensação

Que sinto com teus carinhos

A vontade crescente

Quase enlouquecedora

De ficar grudadinha em você

Que barulhinho bom

Faz o meu coração

Toda vez que te vejo

Ou quando ouço tua voz


Que truques você usa

Para me passar essa vibração

E me desvia dos caminhos

Embaralha minha mente

E meu desejo aflora

Só de pensar em você

Que barulhinho bom

Faz o meu coração

Quando sinto o teu desejo

De forma tão Feroz...


Eita Barulhinho bom

Bate e bate

Como um tambor

Barulhinho gostoso

Barulhinho de amor






segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Das Cinzas


Uma leve fumaça ainda restava
Num pequeno monte de cinzas
Onde um holográfico coração batia
Ainda que em pequena velocidade
Por tua voz ouvir
Lembrou da felicidade

E um vento leve
Soprou o resto das cinzas
Neste vento havia seu cheiro
Junto dele os beijos ainda em brasa
Num renascer ligeiro
Eu fênix bati asas

Sobrevoei minha própria vida
Sonhos, fantasmas, pesadelos
Reerguida, embora que em prantos
Ainda aberta em feridas
Encararei a vida perdida
Por tantas perdas e desencantos

Tudo me passou ante os olhos
Revivi cada prazer
Acalentei cada nascimento de sonhos
Que hoje sei, somente eu sonhei
Mesmo assim me regojizei
Sempre é bom poder sonhar...

Ainda olho meus dias com saudade
Ainda choro pelo que me foi roubado
Ainda corro para braços que não se abrem pra mim
Ainda penso no amor, sonho...
Ainda temo cada meu novo fim
Mas então me recomponho.


Vida de Fênix é assim...