domingo, 11 de setembro de 2011

Queda d'água

A queda d’água se agiganta a minha frente
Como uma imensidão de seda a luz do sol
Deixando escapar seus pingos
Que são lágrimas de minh’alma
Escorrendo em meu rosto.
Abrindo vales imensos.
Ergue-se refletindo o sol
Aquecendo meu corpo agora inerte
Temeroso da morte
Esperançoso de sorte

Eis que a cachoeira se engrandece
E sua fúria lança estilhaços contra mim
Que varam meu corpo com frescor
Com velocidade e fúria revelando minha dor
A dor que me divide em dois
Meu lado bom, meu lado mal

Repouso defronte a queda
Esperando seu próximo golpe
Seu barulho ensurdecedor
Atordoa minha mente
E eu que era dois volto a ser um ...
Um rio de forte corrente
Que corre não sei pra onde.
Não sei o que há a minha frente
Só corro em busca de socorro
Somente a cachoeira me entende

Pois no deslizar entre as pedras
Os golpes podem ser fatais
Mas tanto eu quanto as águas da queda
Continuamos em busca de paz
Percorrendo o duro caminho
Nos olhamos e percebemos enfim
Que estamos juntos e continuaremos sozinhos
Perdidos dentro de mim.

domingo, 19 de junho de 2011

Asas de Anjo

Ganharás uma peninha
Quando olhares teu semelhante
Com grande respeito e humildade

Ganharás uma peninha
Quando perdoares teu irmão
Não da boca para fora, mas de coração

Ganharás uma peninha
Quando olhares quem te rodeia
Enxergares antes as qualidades
E aceitares com bondade os defeitos

Ganharás uma peninha
Quando estenderes a mão
A alguém que necessite
Sem calcular uma vantagem

Ganharás uma peninha
Quando olhares para dentro de ti
Reconheceres tua imperfeição
E tentares corrigi-la

Ganharás uma peninha
Quando aceitares com humildade
Um elogio grandioso
Ou uma crítica dolorosa

Ganharás uma peninha
Quando quiseres um mundo melhor
E realmente doar-te incondicionalmente
Para que isso aconteça

E quando te sentires por fim
Filho de Deus, ou de uma força maior
Não importando que nome ela tenha
Para acolher todas tuas peninhas

Ganharás tuas asas de anjo!