domingo, 11 de setembro de 2011

Queda d'água

A queda d’água se agiganta a minha frente
Como uma imensidão de seda a luz do sol
Deixando escapar seus pingos
Que são lágrimas de minh’alma
Escorrendo em meu rosto.
Abrindo vales imensos.
Ergue-se refletindo o sol
Aquecendo meu corpo agora inerte
Temeroso da morte
Esperançoso de sorte

Eis que a cachoeira se engrandece
E sua fúria lança estilhaços contra mim
Que varam meu corpo com frescor
Com velocidade e fúria revelando minha dor
A dor que me divide em dois
Meu lado bom, meu lado mal

Repouso defronte a queda
Esperando seu próximo golpe
Seu barulho ensurdecedor
Atordoa minha mente
E eu que era dois volto a ser um ...
Um rio de forte corrente
Que corre não sei pra onde.
Não sei o que há a minha frente
Só corro em busca de socorro
Somente a cachoeira me entende

Pois no deslizar entre as pedras
Os golpes podem ser fatais
Mas tanto eu quanto as águas da queda
Continuamos em busca de paz
Percorrendo o duro caminho
Nos olhamos e percebemos enfim
Que estamos juntos e continuaremos sozinhos
Perdidos dentro de mim.