segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Somos Assim

Não sei se me acalmo
Ou incentivo o fogo
Não sei se me controlo
ou arrisco algo novo

Busco teu calor
Teu cheiro
Teu sabor
Encontro outro fogo
Teu olhar
Teu suor

Desejo teu toque
Que me enrosque
Que me envolva
Encontro um mar revolto
Braços de polvo
Fome de gigante
Desejo de amante
Provocado e provocante

Somos assim
Mútuos
Cúmplices
Múltiplos
Incessantes
Únicos
insaciáveis
Amantes



SIMPLES ASSIM

sou para o que vim...
do que restou de mim
me fez ser assim
então sou e vim
para o que sou
simples assim

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Nosso amor de agora

Que sangria desatada esse nosso amor
Agora tão desencontrado
Cada dia mais distante
Cada segundo mais descontrolado...

Absurdo, quizumba, bagunça
Fuga, reencontro, desventura
Medo, tristeza, renuncia
Tudo em busca da ternura

Que loucura incessante o desejo
As mágoas da nossa historia
itinerantes, transitórias
Anulando o gosto do beijo

Apocalíptico esse dia a dia
Buscando você, sem te ter
Repetindo a melodia
Vou te amar até morrer

sábado, 13 de setembro de 2008

O eco e o oco


O eco e o oco
Ouço na noite triste o eco de nossas risadas
Aquelas que compartilhamos durante anos
E aquelas mais abafadas, que tentamos controlar
Talvez por não querer compartilhar com mais ninguém além de nós dois
Ah, e aquelas...sabe quais...
Ouço na noite inquietante de saudade latente
Nossas juras de amor eterno...até mais que eterno
Nossos suspiros, gemidos e promessas
Tudo que dividimos ou somamos
Em nosso verdadeiro tempo de união
Ouço na noite azulada, sem estrelas
O silencio suplicando por ecos
Que hoje não ouço sem dor
Ecos do amor tão puro e lindo
Cultivado com muita cumplicidade e carinho
De repente
A noite se põe assombrosa
E trás ecos de tempos difíceis
Insuportáveis e muito recentes
Fortes, ensurdecedores
E o eco evolui
Amplifica
Reverbera
Se torna insuportável
Dentro do oco em que me transformei
Um oco que dói, e por ser oco
Reproduz o eco forte da dor
que ecoa no oco do eco...
E a noite tão camaleoa
Vira infinitamente insuportável
Fica oca e ecoa
Na alma de uma pessoa
Que já foi duas
Que já foi meia
Mas que agora é nada
A não ser pelo eco
De uma lembrança vazia
Oca sinfonia

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dentro e fora

Dentro de mim existe uma ferida aberta

que lateja, queima

sangra e arde

É uma dor constante, profunda

Daquelas que dá vontade de urrar

Mas que me arrebata e me cala

Então doí sem fazer alarde

Dentro de mim moram lembranças

De sorrisos, brincadeiras

amigos, prazeres e gozos

Lembranças de tempos bons

De sorrisos sinceros e amigos falantes

de noites agradáveis

Agora tão distantes





Dentro de mim moram lembranças

Sombrias e assustadoras

vozes, imagens, e imaginações

ressacas de pesadelos

Despedidas e rompimentos

alucinações desesperadas e reais





Dentro de mim há uma mulher

apaixonada, perdida e medrosa

Sem coragens ou planos

Quase enlouquecida por sombras

quase morta por ameaças

inerte, ressentida...



Dentro de mim moram coisas

das quais nem sei o nome

são fantasmas, caminhos, pedidos...

Tudo se mistura em mim

E nem mais existo dentro de mim mesma

Não vejo quem sou

Só raiva monta este enredo



Dentro e fora de mim

Se estampa uma criatura

que é noite e dia

é certo e errado

é coragem e medo

é ódio e amor

é doce a amargo

é tudo e nada



E de mim o que restou

foi um caldeirão confuso

com mágoas e revoltas

E com o grande segredo

Hoje por mais que me engane

Da vida só tenho medo...