segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dentro e fora

Dentro de mim existe uma ferida aberta

que lateja, queima

sangra e arde

É uma dor constante, profunda

Daquelas que dá vontade de urrar

Mas que me arrebata e me cala

Então doí sem fazer alarde

Dentro de mim moram lembranças

De sorrisos, brincadeiras

amigos, prazeres e gozos

Lembranças de tempos bons

De sorrisos sinceros e amigos falantes

de noites agradáveis

Agora tão distantes





Dentro de mim moram lembranças

Sombrias e assustadoras

vozes, imagens, e imaginações

ressacas de pesadelos

Despedidas e rompimentos

alucinações desesperadas e reais





Dentro de mim há uma mulher

apaixonada, perdida e medrosa

Sem coragens ou planos

Quase enlouquecida por sombras

quase morta por ameaças

inerte, ressentida...



Dentro de mim moram coisas

das quais nem sei o nome

são fantasmas, caminhos, pedidos...

Tudo se mistura em mim

E nem mais existo dentro de mim mesma

Não vejo quem sou

Só raiva monta este enredo



Dentro e fora de mim

Se estampa uma criatura

que é noite e dia

é certo e errado

é coragem e medo

é ódio e amor

é doce a amargo

é tudo e nada



E de mim o que restou

foi um caldeirão confuso

com mágoas e revoltas

E com o grande segredo

Hoje por mais que me engane

Da vida só tenho medo...

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